Grandes projetos fazem parte da agenda de um país em desenvolvimento como o Brasil. Não faltam oportunidades, tanto na iniciativa privada como no setor público, principalmente na área de infraestrutura. Saber como eleger e priorizar projetos é o objetivo do gerenciamento de portfólio. “Uma das principais dificuldades das empresas para selecionar e priorizar projetos é a falta de uma visão clara da categorização de projetos (criar “cestas”), tais como projetos de inovação, melhoria operacional, redução de custos, responsabilidade social e ambiental, atendimento a legislação, preparação para o futuro, dentre outras categorias. Outro ponto importante é a falta de critérios claros para a seleção e priorização de projetos. Uma ferramenta bastante interessante que pode ajudar as empresas na seleção e priorização de projetos é a Programação Multicritério (Analytic Hierarchy Process – AHP), mas o primeiro passo precisa ser definir os grupos de critérios e os critérios de forma consistente, utilizando não somente os financeiros, mas também estratégicos, riscos, urgência, dentre outros. O que se observa é que no Brasil começa um movimento importante na direção de uma melhor seleção e priorização dos projetos, mas isto ainda é feito de maneira muito subjetiva, sem critérios claros e uma metodologia bem definida”, expõe Noberto Almeida (escritor do livro Gerenciamento de Portfólio e palestrante em eventos sobre o assunto em várias cidades) sobre o que é preciso para fazer uma gestão efetiva de portfólio de projetos.
São muitas as limitações encontradas durante a realização de projetos. Humanas, financeiras, temporais. Sendo assim essa é mais uma variável importante a ser consideradas pelo gestor de portfólio. “A disponibilidade de recursos será um input fundamental para esta tomada de decisão, pois precisamos decidir em quais projetos alocaremos os recursos limitados e principalmente os recursos humanos qualificados da empresa, cada vez mais escassos e disputados pelo mercado competitivo”, diz Almeida.
O livro Gerenciamento de Portfólio, é o primeiro a tratar especificamente desse tema no Brasil. É uma das primeiras tentativas voltadas para construir um corpo de conhecimento mais sólido sobre um assunto tão importante e ainda pouco desenvolvido, pelo menos no nosso país. “As empresas estão investimento muito dinheiro e tempo em Gerenciamento de Projetos, seja em treinamentos, elaboração de metodologia, certificação, MBAs em GP, criação de PMOs, entre outras iniciativas. Se analisarmos o Estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos do PMI em 2009, vemos que a grande maioria das empresas respondentes (82%) não possui um processo estabelecido para monitoramento do portfólio de projetos, o que não permite avaliar se os benefícios/retornos estratégicos estão sendo alcançados, o que é um número extremamente alto para o grande volume de investimento feito. Aliado a este fato, temos uma verdadeira lacuna na literatura atual, não somente no Brasil como também no resto do mundo, sobre métricas de sucesso em projetos e sobre como as empresas estão alinhando o gerenciamento de projetos à estratégia da empresa. O objetivo do livro foi identificar as boas práticas e propor um modelo para alinhar o gerenciamento de projetos à estratégia da empresa e avaliar os benefícios deste alinhamento” conclui Almeida.